terça-feira, 19 de maio de 2009

Parte 6 da P3 – Iogurtes / Rebuçados de fruta

Outra faceta que descobri acerca da cor é a associação que podemos fazer relativamente ao sentido do paladar. Instantaneamente quando vemos um rebuçado de uma determinada cor, associamo-lo a um determinado sabor. O mesmo acontece com os iogurtes.

Quanto aos iogurtes, podemos afirmar que após o recipiente ter ganhado cor, «o próprio lacticínio ganhou cor e, para consumir um iogurte de morango, passou a ser necessário absorver um produto cor-de-rosa, sem que o sabor tivesse sido de qualquer maneira transformado» (Pastoureau, 1997: 18). Ao sabor de banana foi associado o amarelo, mas, ao sabor de baunilha, ao qual se tinha determinado tom azul para o recipiente, não se coloriu de azul. De facto, «a natureza e o hábito fazem-nos comer uma série de produtos que se inscrevem na gama dos amarelos, dos verdes, dos brancos e dos vermelhos; (…) mas não existe praticamente nenhum alimento que tenha lugar na gama dos azuis [por ser associado] em geral à medicina» (ibidem) tal como já foi explorado na parte relativa aos medicamentos. Assim, produtos alimentares evitam a cor azul, mas exploram as restantes numa associação cor-sabor.

Quanto aos rebuçados podemos também dizer que a cor traduz a intensidade do sabor. Há «uma escala colorida que exprime visualmente uma escala olfactiva ou gustativa» (idem: 115). Assim, quando inquiri uma criança de 5 anos, pedindo uma associação entre a cor dos vários rebuçados acima e o seu sabor, ela respondeu-me sem hesitações que amarelo era limão, cor-de-laranja era laranja e vermelho era morango. Em relação ao verde afirmou confusa que poderia ser kiwi, maçã mas também mentol. O roxo foi, com alguma dificuldade, associado a framboesas ou amoras.

Tudo isto para provar que, de facto, existe uma relação entre as cores que percepcionamos e o seu sabor. Não é necessário haver a representação de um fruto, como acontece no caso da primeira figura, o danoninho, para eu saber de que sabor se trata. A cor, por si só, extraordinariamente, transmite-nos essa mensagem, esse sabor que não precisa de rótulo.

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