segunda-feira, 11 de maio de 2009

O que é a cor?

"As cores são acções e paixões da luz. Nesse sentido, podemos esperar delas alguma indicação sobre a luz. Na verdade, luz e cores relacionam-se perfeitamente, embora devamos pensá-las como pertencendo à natureza em seu todo: é ela inteira que assim quer se revelar no sentido da visão."
Goethe, Doutrina das cores, p.35.
Antes de mais, e como conhecimento base para a compreensão da teoria da cor, importa salientar a sua natureza. Em "O Universo da Cor", Israel Pedrosa afirma: «Epicuro, há mais de 2300 anos, desenvolvendo o raciocínio de que “a cor guarda íntima relação com a luz, uma vez que, quando falta luz, não há cor”, afirmaria que a coloração dos objectos varia de acordo com a luz que os ilumina, concluindo que “os corpos não têm cor em si mesmos”». Podemos então dizer que a cor é um fenómeno físico, não existindo em si de forma independente da luz. Ela é gerada pela luz.

Sendo a luz o estímulo, observando a imagem acima, o ser humano só é capaz de visualizar/percepcionar um subconjunto de cores, as que vão desde 380 (violeta) a 780 nanômetros (vermelho), como podemos apreciar se a fizermos passar por um prisma, efeito descoberto por Newton.

Mas não só Newton explorou o campo da cor. Muitos foram os teóricos que se debruçaram sobre o tema. No livro “Colour” de Edith Anderson Feisner, muitos são apresentados, desde Aristóteles, Leonardo da Vinci, Sir Isaac Newton, Moses Harris, Goethe, Otto Runge, Maxwell, entre outros. Todos tiveram o seu papel na determinação da informação que temos hoje relativamente ao que é a cor.

Numa viagem breve pelo tempo, vemos que Aristóteles concluiu que as cores eram uma propriedade dos objectos, da Vinci viria a opor-se ao mesmo dizendo que a cor não era uma propriedade destes, mas da luz.


Newton fez das mais importantes experiências sobre a decomposição da luz através de prismas e acreditou que as cores eram devidas ao tamanho da partícula de luz. De salientar a sua importância na evolução das teorias para a explicação da natureza da luz, afirmando que as cores que vemos nas coisas se relacionam com a estrutura das substâncias que as constituem.
Goethe, poeta que se viria a tornar um apaixonado pela cor (citando-o: «A única coisa, da qual me orgulho, é de ter sido neste século o único que compreendeu bem esta ciência difícil da doutrina das cores»), propôs características para cores: a cor física (óptica física), a cor fisiológica (óptica fisiológica) e a cor química (óptica fisico-química).

Todas estas figuras de relevo levam-nos concluir que, ao contrário do que possamos pensar, o que sabemos acerca da cor não é um dado adquirido, foi fruto de uma evolução de pesquisas, de uma busca incessante pelo conhecimento. A cor pode-nos parecer algo banal mas, se pesquisarmos um pouco e tentarmos saber um pouco mais, acaba-se por desvendar algo fascinante!

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