sábado, 20 de junho de 2009

INFOGRAFIA: A INFORMAÇÃO VISUAL

Com fundamentos em Edward R. Tufte (“Envisionig Information”), Marília Scalzo (“Jornalismo de Revista”) e Alberto Cairo (“Infografia 2.0: visualización interactiva de información en prensa)

“The world is complex, dynamic, multidimensional; the paper is static, flat. How are we to represent the rich visual world of experience and measurement on mere flatland?”
(Tufte, 1994:9)

Assim começa Edward R. Tufte o seu livro - “Envisioning Information”. Esta é, na realidade, a grande dificuldade do infografista, mas também o grande desafio.
Segundo Alberto Cairo «un infográfico (o infografia) es una representación diagramática de datos» (Cairo, 2008:21). O mesmo diz que «Vivimos un tiempo de transición para la infografía periodística, el uso de diagramas con fines informativos». A infografia é uma nova linguagem jornalística que começa a ocupar cada vez mais espaço nos meios de informação, juntamente com as fotografias e ilustrações. Graças a grande parte das transformações que operaram no século XX, nomeadamente as inovações na indústria gráfica, os meios de comunicação «apresentam um nível de requinte visual antes inimaginável» (Scalzo, 2004:29).
Os elementos visuais, aliados com texto permitem uma maior eficácia em relação à comunicação de dada informação. Tendo em conta o estilo de vida que domina na população, parece óbvio que a infografia seja uma linguagem em expansão. Deste modo, a informação pode ser lida em poucos minutos, já que tem carácter predominantemente visual, e apresenta-se de forma fácil e simples de compreender para uma grande parte da população.

Existem uma série de características da infografia que devemos ter em conta quando pensamos na sua elaboração ou quando apenas reflectimos sobre elas. Em primeiro lugar, a ligação e interacção entre o texto e a imagem. Depois há que considerar a clareza no tratamento da informação, uma vez que a imagem passa a ser ela própria detentora da informação condensada, ganhando neste sentido grande relevância. O objectivo de uma infografia é, sempre, facilitar a compreensão da informação e dar uma noção clara e rápida dos factos e conceitos da notícia aos seus leitores. Assim sendo, há que reforçar a ideia de que a mensagem a transmitir deve ser objectiva, clara, concisa, permitindo um processo de comunicação rápido e eficaz, tal como pretendido.

O principal objectivo de uma infografia é informar. Segundo Scalzo, «qualquer erro, por menor que possa parecer, destrói todo o trabalho (uma imprecisão de desenho no formato da asa de avião ou na proporção de um prémio, por exemplo, pode tirar toda a credibilidade da informação)». (Scalzo, 2004:75). Deve se ter sempre em mente o rigor na apresentação da informação, que se quer exacta, de forma a não perder credibilidade face os leitores de dada infografia. Tendo em conta uma das matérias por nós já estudadas – a cor – esta deve ser um elemento importante a considerar numa infografia. Scalzo salienta o uso das cores que devem ser «usadas como recursos para dar mais clareza e nunca confundir o leitor» (ibidem).

Cairo evidencia que a componente central de qualquer infografia é um diagrama que «es una representación abstracta de una realidade» (Cairo, 2008:22). A abstracção revela-se uma característica essencial, sendo o lema «eliminar lo innecesario para que lo necesario destaque» (ibidem), pelo que um dos exemplos mais claros é o diagrama de um metro, como o de Londres de Henry Beck, 1933.

Na minha opinião, a infografia é uma verdadeira arte. Uma arte que assume com uma componente prática extremamente importante: a de permitir a transmissão de informação simplificada para um público cada vez mais diversificado.

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